domingo, 6 de fevereiro de 2011

CUBA: Saúde de primeiro mundo por quê?


Numa sociedade há muitas formas de organização, de prioridades e de enxergar o mundo que nos rodeia. As uniões dessas variáveis sociais explicam porque um país pobre como Cuba ostenta notáveis indicadores de saúde compatíveis com países de primeiro mundo.

Cuba com o triunfo da Revolução em 1955 resolveu que deveria priorizar o interesse coletivo, em 1961 se declarou país socialista e estabeleceu como prioridades, a saúde e a educação de seu povo. Na saúde criou toda uma estratégia, onde a prevenção era a principal prioridade. Sabia-se que um povo sem conhecimento não podia ter estilos de vida saudáveis, e por isso se investiu fortemente em educação em saúde.

No entanto jamais seria possível avançar na melhoria da saúde se não houvesse recursos humanos ideologicamente comprometidos com um sistema de saúde onde o interesse do povo se sobrepusesse ao interesse pessoal.

Hoje um médico cubano ganha em espécie (por mês), uma média de Trinta dólares, além de varias outros subsídios como moradia, alimentação, luz, telefone, água, gás, combustível, além de todo seu estudo gratuito. Esses valores quando comparados há alguns países acaba sendo muito baixo e por isso, muitos médicos cubanos reclamam este fato, inclusive alguns deixam o país em busca de salários mais altos, mas o que acaba sendo regra é o compromisso ideológico desses profissionais com a saúde do povo.

A estrutura de formação desses profissionais e do povo cubano está regada por fortes princípios de solidariedade e humanismo, onde o conceito “vencer na vida” não se resume ao fato de deixar de ser pobre e passar a ser rico a qualquer custo. Vencer na vida trata-se de todo um processo de superação moral, ética, espiritual, intelectual, social e também financeira.

Cada médico formado com dinheiro público, precisa devolver ao povo este investimento em forma de serviço social, em municípios distantes das capitais, no campo ou em outros países pobres. No Brasil, o médico depois de seis anos de estudo com dinheiro do povo, a maioria é arrastado para o serviço privado e o SUS fica esquecido e nos pequenos municípios as pessoas morrendo por falta desses profissionais.

Na educação brasileira temos muito que avançar, pois um povo sem instrução não tem condições de ter saúde de qualidade. O Brasil ainda tem 14,1 milhões de analfabetos. As regiões Nordeste e norte concentram a maior parcela de analfabetos. Apenas 10,6% da população brasileira têm curso superior completo.

Fugindo de toda complexidade organizativa e estrutural necessária para alcançar um modelo de saúde resolutivo e capaz de modificar indicadores de saúde, melhorando assim a qualidade de vida da população, se pode afirmar que as bases são:

1.    Educação.
2.    Organizar o sistema de saúde baseado na prevenção e não na Cura.
3.    Formação de recursos humanos para o serviço público e não para o privado.
4.    Financiamento do sistema de saúde compatível com seus propósitos.

Veja aqui alguns indicadores de saúde:

MORTALIDADE INFANTIL:

1.CUBA: 4,8 crianças por cada mil nascidas vivas
2.CANADÁ:  6,0 crianças por cada mil nascidas vivas
3.ESTADOS UNIDOS: 7,0 crianças por cada mil nascidas vivas
4.CHILE:  7,0 crianças por cada mil nascidas vivas
5.BRASIL: 22,47 crianças por cada mil nascidas vivas

MORTALIDADE MATERNA:

1. CANADÁ 7 mulheres por cada 100 mil nascimentos vivos 
2. ESTADOS UNIDOS: 17 mulheres por cada 100 mil nascimentos vivos
3.CUBA: 21 mulheres para cada 100 mil nascidos vivos
4.CHILE: 26 mulheres por cada 100 mil nascimentos vivos
5.BRASIL: 75 mulheres para cada 100 mil nascidos vivos

EXPECTATIVA DE VIDA AO NASCER:

1.CANADÁ 80,7 anos 
2.ESTADOS UNIDOS: 79,2 anos
3.CHILE:78,5 anos
4.CUBA:  75 anos 
5.BRASIL: 73,17 anos


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