Foto: Fernanda Almeida/Secretaria Estadual de Obras/Divulgação |
"Houve um aporte financeiro maior para recuperar os espaços da cidade depois que o Rio foi escolhido, mas o que conseguimos fazer, em muitos casos, foram ações emergenciais", admitiu o superintendente do Instituto do Patrimômio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para o Rio de Janeiro, Carlos Fernando Andrade. "Precisamos de um aporte financeiro maior" devido ao grande número de monumentos que há na cidade, analisou.
Para os Jogos Olímpicos, o Rio espera inicialmente investimentos na ordem de US$ 17 bilhões (cerca de R$ 26,8 bi) entre recursos públicos e privados, quantia que, com a Copa de 2014 aumentaria em R$ 11 bilhões, de acordo com estimativas do governo e de empresários.
O montante será investido, principalmente, em obras de infraestrutura - que já apresentam grandes atrasos -, de melhoria das vias e serviços de transporte público, e em segurança. No entanto, não existe um plano geral para a restauração do deteriorado patrimônio histórico, e sim, alguns projetos isolados.
Segundo o subsecretário de Patrimônio Cultural da Prefeitura do Rio, Washington Fajardo, a designação da cidade para ser a sede destes eventos esportivos desencadeou uma "euforia da construção" que representa uma "ameaça" ao acervo histórico.
"Com os Jogos Olímpicos, a cidade está recebendo muitas construções. Isso pode ser uma ameaça para a qualidade do ambiente construído", explicou Fajardo, admitindo que existe certo "descontrole" no processo de "construção", mas citou um decreto do dia 5 de abril no qual o prefeito Eduardo Paes estabelece a revisão de novos projetos para que não afetem a paisagem da cidade.
Além disso, Fajardo assegurou que a Prefeitura prometeu investir somas milionárias para revitalizar espaços públicos, em um plano relacionado também à recente candidatura do Rio de Janeiro para tornar-se Patrimônio Mundial da Unesco na categoria paisagem cultural. Mas não apresentou detalhes dos planos.
Em 1808, o Rio de Janeiro recebeu a Corte Real portuguesa, que fugia das forças francesas de Napoleão Bonaparte, quando invadiram a Península Ibérica. Para receber Dom João 6º, a cidade passou por uma revolução urbanística que a transformou na "mais europeia das cidades brasileiras".
Atualmente, o impressionante legado daquela que chegou a ser antiga capital do império ultramarino português, refletido em monumentais edifícios como o Museu Histórico da Cidade, tem "problemas estruturais completamente visíveis", lamentou Gleice Mayer, estudante de Museologia que trabalha no local.
O diretor do Museu, Marco Antônio Texeira, afirmou que a insegurança no centro histórico da cidade prejudica a conservação do prédio. "Não há polícia, não há iluminação, nada", queixou-se. "As calhas do edifício são de bronze e de latão antigo, e as pessoas roubam isso. É dramático", disse.
Texeira resume a situação atual de grande parte do centro histórico do Rio de Janeiro como "terra de ninguém".
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Fonte: Terra
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