domingo, 4 de março de 2012

Boxeadora britânica deixa cargo na polícia por sonho olímpico

Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
Amanda Coulson tinha apenas 14 anos quando acompanhou a polêmica da criação do boxe feminino na Grã-Bretanha: duas garotas da sua faixa de idade queriam se enfrentar no primeiro combate da modalidade, mas eram bombardeadas por críticas da opinião pública. Assim, ela decidiu que gostaria de praticar esse esporte tão contestado no universo feminino. Por ele, se licenciou do trabalho para se dedicar totalmente aos treinos. O objetivo é fazer história com uma medalha de ouro olímpica.
 
Pela primeira vez, o boxe feminino terá representantes em uma edição de Jogos Olímpicos, em Londres. A 150 km dali, em Leicester, Emma Brammer, 14 anos, venceu Andrea Prime, 13, em 18 de março de 1998, no primeiro combate da modalidade no Reino Unido. Isso serviu de inspiração a Amanda Coulson, que acompanhou pelos jornais a polêmica. Para se ter uma ideia, boxe feminino amador era algo proibido até outubro de 1997.
 
Aquilo que a Associação Médica Britânica ironizou como "direito de ter dano cerebral" e que foi classificado por Frank Maloney, empresário do campeão dos pesos pesados, Lennox Lewis, como "uma aberração", encantou Amanda Coulson. "Eu me peguei pensando: olha, essa poderia ser eu", relembrou em nossa entrevista, durante sessão de treinamento da seleção britânica com as equipes brasileira e argentina em São Paulo.
 
Desde então, são 15 anos de treinamento e competição, o suficiente para ganhar prestígio na Grã-Bretanha. A possibilidade de fazer história na Olimpíada de Londres a fez abrir mão do emprego na polícia. "Eu sou operadora de comunicações. Portanto, eu mando os oficiais de polícia às missões que eles vão. Eu faço todas as operações nos bastidores", contou. Ela só parou de cumprir a função em janeiro, quando conseguiu dois anos de licença para o esporte.
 
"Se não tivesse feito isso, seria muito difícil focar 100% no boxe. Para me dar mais chance, decidi dar pausa no trabalho e me concentrar totalmente na Olimpíada", disse Coulson. Ela conseguiu entrar em um programa do governo britânico e, atualmente, recebe bolsa pelos treinamentos e resultados em competição. O valor é bem inferior ao que costumava ganhar quando atuava nos bastidores das ações da polícia, no entanto.

"Não estou fazendo tanto dinheiro quanto fazia com meu trabalho, então tive que encontrar outros patrocinadores para ajudar a encontrar mais dinheiro e tornar possível realizar meu sonho olímpico", explicou Amanda Coulson. No Brasil, ela dá mais um passo em direção a ele, cumprindo o período de treino, ganhando experiência e aprendendo diferentes estilos com as locais e as argentinas. Em agosto, pode entrar definitivamente para a história de uma modalidade que ela viu nascer.

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Fonte: Terra

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