sábado, 21 de julho de 2012

Sombra do doping volta a pairar sobre atletismo da Espanha


Foto: Getty Images
 Quase como o céu londrino, o presente do atletismo espanhol está coberto de um cinza escuro ao saber da decisão da Real Federação de Atletismo (RFEA) de separar da equipe olímpica o fundista Ángel Mullera por alegadas práticas de doping. Novamente, um atleta da Espanha está envolvido em um caso deste tipo, gerando dúvidas antes mesmo da maior parte da delegação chegar a Londres.

"O atletismo espanhol não está mais empenhado que o atletismo mundial, é exatamente igual. Há casos de doping em todos os países, todos. Isso demonstra que o sistema funciona, que, sim, há (resultados) positivos porque fazem controle. Outros esportes não o fazem e não tem nenhum", comenta um membro da RFEA, que pediu para manter seu nome em sigilo. Sua declaração busca amenizar a desconfiança que existe sobre os espanhóis, embora ninguém da delegação espanhola tenha se animado a falar abertamente sobre o tema.  

Conhecida como Operação Galgo, a Guarda Civil espanhola começou ao final de 2010 uma investigação que buscava acabar com uma rede de doping entre vários esportistas e que tentava coibir o crime de distribuição de substâncias proibidas. O processo levou à detenção de Marta Domínguez, campeã mundial dos 3.000 m com obstáculos em 2009; os atletas Aberto García e José Alonso Valero; o médico Eufemiano Fuentes; César Pérez, treinador de Domínguez; e Manuel Pascua.  

No dia 22 de março de 2012, o processo foi dado como concluído, pois a justiça considerou nulas as provas imputadas aos acusados. A atividade esportiva em si e vários de seus protagonistas se viram atingidos pelo escândalo. A pouco menos de quatro meses daquele fato, o panorama volta a ficar obscuro. "Não acreditamos que o atletismo espanhol tenha perdido a credibilidade ou esteja sendo mal visto pelo mundo, porque em todos os países há casos de doping (...) Tudo o que se pode fazer para erradicar o doping do esporte é realizar exames permanentes, e isso é o que fazemos. Se não fizéssemos, ninguém seria pego", acrescentou a fonte.  

Um dia depois que vários meios de comunicação publicarem que Mullera havia se dopado com EPO, baseados em uma série de e-mails entre o esportista e um preparador físico, nos quais havia recomendações de uso de produtos proibidos, a Federação Espanhola decidiu excluí-lo da equipe e substituí-lo por Sebastián Martos.  

Pelo lado do Comitê Olímpico Espanhol, a postura de reservar a opinião e aceitar o decidido se manteve inalterada. "Não há nada para dizer. A Federação de Atletismo o substituiu por outro atleta e não temos comentários a fazer", comenta um porta-voz da entidade.

"Serão 282 esportistas a competir em Londres e nada mais. Creio que é preciso virar a página e não olhar para trás", aconselha a mesma fonte, tentando enviar uma mensagem tranquilizante.

Entretanto, paradoxo ou coincidentemente, quase ao mesmo tempo em que a Federação decidia cortar Mullera, o governo espanhol aprovou o projeto de lei de Luta Contra o Doping, uma nova norma que, entre outros objetivos, colocorá uma ênfase especial no controle e no seguimento da saúde dos esportistas.

Leia mais....(Clíque no título do Post)
Fonte: Terra

Nenhum comentário:

Postar um comentário