Foto: Gastón Brito/Reuters |
"Evidente que sim [foi racismo]", declarou o cartola. "Infelizmente, esse péssimo hábito, esse ato nojento, deve ter sido importado dos ranços mais conservadores e retrógrados da Europa."
Bolívar e Santos se enfrentaram anteontem em La Paz no primeiro jogo das oitavas da Libertadores. Os bolivianos ganharam por 2 a 1.
Em entrevista coletiva logo depois do jogo, o técnico Muricy Ramalho disse que Neymar havia sido atingido por pedras e bananas. Na versão do clube de La Paz, a fruta era outra: uma laranja.
Nos últimos anos, virou rotina o arremesso de bananas em atletas negros na Europa. "É um absurdo que, num país sul-americano, ainda mais como a Bolívia, cuja população é majoritariamente indígena, haja esse comportamento", disse Luis Alvaro.
Procurado, o Bolívar negou que tenha havido racismo. "Na Bolívia, não temos muito desse tipo de racismo [contra negros]", disse Luis Montellano, porta-voz do clube. "Temos até três pessoas afro descendentes no nosso time. A torcida não faria nada assim."
No segundo tempo da partida, Neymar foi atingido no rosto por um objeto vindo da direção das arquibancadas. Imagens do atacante santista caído mostram a seu lado uma fruta redonda.
Na versão do Santos, porém, a banana foi arremessada em outra ocasião, não registrada pelas câmeras.
"Infelizmente, em qualquer lugar do mundo, há gente que faz esse tipo de estupidez", disse o porta-voz do Bolívar sobre o arremesso de objetos ao campo.
O time disse que investiga a origem deles. "Quando encontrarmos a pessoa, ou o grupo de pessoas, que fez isso, será encaminhado à polícia e deve ser preso de acordo com a lei boliviana", disse o porta-voz. Nem mesmo Neymar sabe que objeto o atingiu, segundo afirmou a pessoa próxima.
"Essa guerra precisa acabar", disse o atacante ao site Globoesporte.com ao chegar a Santos na manhã de ontem.
"Não é porque é Libertadores que as torcidas precisam continuar jogando coisas no gramado. Isso é muito perigoso. Tacaram coisas na minha boca, nos olhos."
A Conmebol disse esperar relatório oficial do árbitro para decidir se começa uma investigação sobre o assunto.
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Fonte: Folha de S. Paulo
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