sábado, 28 de julho de 2012

Busto fica no bar onde Sócrates bebia e debatia "até futebol"

Foto: Léo Pinheiro
O local escolhido pela diretoria do Corinthians para instalar o busto de Sócrates do Parque São Jorge não foi sem razão. A peça foi colocada debaixo de uma árvore da Praça da Liberdade, próximo ao Bar da Torre, onde o ex-jogador passava o fim da tarde com os companheiros de time, entre o fim dos anos 1970 e o começo da década de 1980.

"Exatamente em frente onde ele mais gostava de ficar", frisou o presidente do clube, Mário Gobbi, durante a inauguração da obra, na manhã deste sábado.

Sócrates se reunia ali com os demais jogadores ao final dos treinos - na época, não havia ainda o CT do Parque Ecológico, e as atividades ocorriam no Parque São Jorge.

Segundo Basílio, contemporâneo do "Doutor", enquanto a maioria tomava um lanche, o meia-atacante de camisa 8 preferia se revigorar à base de álcool.

"Nós sentávamos aqui para bater papo, e o Magrão fazia de uma forma diferente. Ele parava para atender aos repórteres e tomava cerveja com naturalidade. No dia seguinte, nada do que havia feito abalava sua estrutura em campo", lembra. Wladimir é outro que recorda com saudade do Bar da Torre.

 "A gente se reuniu várias vezes aqui. Falávamos sobre tudo, sobre as coisas que nos afligiam. Não dá nem para falar de tudo que a gente dizia (risos). Mas, além de muita besteira, discutíamos sobre política e a vida. De vez em quando, até futebol", reforça o ex-lateral.

O momento ficou conhecido como Democracia Corinthiana. Sob a liderança do politizado Sócrates, os jogadores tinham voz nas decisões do clube, em meio ao período do regime militar no Brasil. Tudo, desde horários de trabalho a contratações, passou a ser decidido pelo voto, com participação do roupeiro ao presidente.

"Foi um momento histórico que a gente jamais vai esquecer, e o Sócrates vai ficar marcado eternamente em nossos corações. Ele era uma pessoa acima de qualquer suspeita, sensível, muito inteligente. Enfim, era um grande amigo, companheiro. Uma grande personalidade que o Brasil perdeu", concluiu Wladimir, que viu o amigo morrer em dezembro, aos 57 anos.

Fonte: A Gazeta Esportiva
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